Porque eu gosto de remar
Desde pequeno eu gosto de água. Tenho ótimas lembranças na piscina da escola onde estudei, no clube que a minha família frequentava e dos caixotes, caldos ou vacas, que eu levava na praia de Copacabana quando estava aprendendo a nadar e a pegar ondas. Nem os variados sustos que eu levei no mar diminuíram a minha atração pelas atividades aquáticas.
À medida em que fui crescendo, tomei gosto por alguns esportes mais radicais: primeiro o rafting. A experiência de descer as corredeiras de um rio num bote é maravilhosa. A mistura do medo ao ver uma cachoeira se aproximando, com a felicidade de saber que foi possível passar por ela sem cair na água é viciante.
Depois, veio a canoagem. Morar numa cidade perto do mar facilitou o meu encontro com os caiaques. A minha primeira remada foi na Praia Vermelha, fui até a ilha de Cotunduba. Depois, no Posto 6 em Copacabana, para ver o pôr do sol. Em seguida, várias remadas: Lagoa Rodrigo de Freitas, Praia da Urca e Marina da Glória. além de uma tentativa frustrada para chegar até às Ilhas Tijucas na Barra.
Cada vez que eu caminhava pelo Aterro do Flamengo e via os canoístas, eu me imaginava no lugar deles tentando chegar até à Fortaleza de Santa Cruz e à Ilha da Boa Viagem em Niterói, ou contemplando o pôr do sol no meio da Baía da Guanabara. Naquele momento este sonho parecia inalcançável eu não me imaginava capaz de chegar a esses locais remando.
Na segunda feira, 23 de agosto de 2021, fui até ao Clube Naval em Niterói para remar com o grande amigo Daniel Brotto. A princípio, seria uma remada leve, sem muitas pretensões, para conhecer o roteiro que vamos oferecer aos nossos clientes.
Primeiro fomos até a ilha da Boa Viagem, passando pela Praia de São Francisco, a Ponta da Estrada Leopoldo Fróes, e a Praia de Icaraí contemplando a magnífica vista do Museu de Arte Contemporânea e das Montanhas do Rio de Janeiro. No caminho, passamos pelas Pedras do Índio, de Itapuca e pela Ilha dos Cardos.
O retorno poderia ser simples, no entanto, o mar calmo e a ausência de ventos, despertaram a vontade de alcançar o objetivo antigo: chegar aos pés da Fortaleza de Santa Cruz. Apesar de distante à primeira olhada, a vontade de remar até lá aumentava a cada segundo. Partimos.
A sensação de ver de perto as águas do mar batendo nas muralhas da Fortaleza é maravilhosa. A combinação dos braços cansados com a alegria de perceber que eu havia superado um limite pessoal naquele momento me levou a sorrir ali no meio do mar admirando o céu, as montanhas e aquela linda construção histórica.
Para finalizar esta aventura chegamos ao Clube Naval com o pôr do sol enchendo o horizonte da Baía da Guanabara de cores e o alegre sentimento de missão cumprida. Que venham os próximos desafios!
Escrito por: Marcos Vichi
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